TODA A VIDA DO CRISTÃO DEVE SER DEDICADA AO SERVIÇO DIVINO
tradução de monja Rebeca (Pereira)
O Padre Daniel Sysoev, ex-reitor da Igreja do Apóstolo Tomé em Kantimerovskaya, foi um dos missionários mais ativos da Igreja Ortodoxa Russa. No final da noite de 19 de novembro de 2009, foi baleado por um fanático muçulmano e, no dia seguinte, morreu em decorrência dos ferimentos de bala. Nesta última entrevista de sua vida, ele falou da necessidade urgente da piedade cristã. É especialmente interessante que o Padre Daniel, que em breve seria martirizado, tenha falado do amor a Deus como o amor que os mártires tinham — o que nos indica que ele próprio tinha esse amor.
—Como a Igreja Ortodoxa entende a piedade? Qual é a essência da piedade?
—A piedade é a adoração bendita ao Senhor Deus. Ela se manifesta nas relações entre o homem e Deus e entre as pessoas. Segundo o apóstolo Tiago, “a verdadeira piedade consiste em cuidar das viúvas e dos órfãos e em não se contaminar com o mundo” (cf. Tg 1,27). Uma pessoa piedosa honra a Deus não apenas com orações, prostrações e ritos sagrados, mas com toda a sua vida. Por exemplo, você está gravando uma entrevista agora, e sua entrevista deve ser uma forma de adoração ao Senhor Deus. Se você fizer isso para sua própria vanglória, será impiedade, porque estará reverenciando uma glória vazia. O que um homem vive é o que ele se torna. A piedade inclui seu modo de vida e, mais importante, um sistema motivacional correto. Passos motivados de forma inadequada levam a ações impróprias. É muito importante lembrar disso, porque erros muitas vezes se escondem nesse "pequeno" detalhe. As pessoas pensam que o principal é agir, e em nome de quê? Isso não importa. Mas aqui tudo é o oposto. O sacrifício de um ateu vale menos aos olhos de Deus do que o sacrifício de um cristão ortodoxo, porque você pode se sacrificar em nome de ideias falsas, tornar-se orgulhoso e, assim, destruir sua alma, mas um cristão ortodoxo pode se humilhar, louvar o Criador e, desta forma, ser salvo.
—Podemos ser piedosos nas condições da vida moderna?
—O apóstolo Paulo disse: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Visto que Cristo é o mesmo, qualquer pessoa conectada a Cristo pode ser tão incontaminada pelo mundo quanto antes. Como disse São João Crisóstomo: “Deus é o mesmo, e o diabo é o mesmo, mas Job também é o mesmo”. Como antes, agora, o único refúgio contra os ataques do mal é o Senhor Deus, em Quem está nossa esperança, força e glória. É por isso que devemos aprender a glorificar a Deus em todos os momentos. Alguns temem que, tendo começado a servir a Deus e a viver piedosamente, se tornem anormais aos olhos da sociedade, ovelhas negras. Mas isso é muito bom! Uma pessoa piedosa sempre será a ovelha negra. Por que deveríamos ser a ovelha negra?! Uma pessoa piedosa não se incomoda com nada: nem com a internet, nem com o celular, nem com outros dispositivos tecnológicos. Por exemplo, você pode combinar por telefone os detalhes para confessar e comungar com um doente. Você pode encontrar livros ortodoxos ou os comentários dos Santos Padres online. Você pode usar seu GPS para organizar uma peregrinação. Um satélite por si só é o mesmo tipo de coisa que um telefone ou um foguete — completamente indiferente a Deus. Na Rússia, diriam: "Do mesmo toco vêm um porrete e um cavalo de balanço". O tempo não tem nada a ver com isso.
—Por que precisamos ser piedosos?
—Para herdar o Reino Celestial. Quando alguém vem do judaísmo, islamismo ou paganismo para a Ortodoxia, a Igreja lhe pergunta no rito de entrada na Igreja: "Por que você veio aqui?" Ele responde: "Vim aqui para aprender a verdadeira fé com a Igreja". A Igreja pergunta: "Que benefício você deseja receber da verdadeira fé?" A resposta correta é: "Vida eterna e abençoada". Podemos dizer que os cristãos são oportunistas. Não entendemos como uma virtude estoica quando alguém faz o bem pelo bem. Fazemos o bem pelo Reino Celestial e por Deus. Um cristão pode ser comparado a um homem apaixonado. Um homem apaixonado deseja estar com sua amada e, idealmente, se casar. O mesmo vale para um cristão: ele é egoísta e deseja estar com Cristo e o Pai eternamente. E por amor a Ele, ele é piedoso. O tropário comum para os mártires expressa muito bem a essência da piedade cristã: “Eu Te amo, ó meu Esposo, e, buscando-Te, suporto muitas lutas: sou crucificado e sepultado con´Tigo em Teu Batismo, e sofro por Ti, a fim de reinar con´Tigo; morro por Ti para que possa viver con´Tigo. Como um sacrifício imaculado, aceita-me, que me sacrifico por amor a Ti. Por suas súplicas, salva as nossas almas, Pois Tu és misericordioso.” Este é o significado da piedade cristã.
—Qual era o entendimento de piedade no Antigo Testamento?
—Um homem piedoso no Antigo Testamento manteve uma aliança com Deus e esperava que Deus o salvasse, cumprindo os santos mandamentos na esperança dessa aliança. O Antigo Testamento nos deixou belos hinos dos mandamentos do Senhor. Nos Salmos, diz-se: “As Tuas palavras são para mim mais preciosas do que o ouro e os diamantes, são mais doces do que o mel do favo, como a água pura; são o meu adorno, e nelas me glorio” (cf. Sl 19:10-11). Havia um amor pela Lei no Antigo Testamento, não apenas um cumprimento formal dos mandamentos como uma obediência forçada. Não creio, por exemplo, que alguém louve e cante hinos ao código penal!
A ideia dos mandamentos como uma sinfonia maravilhosa e a beleza são a base da piedade do Antigo Testamento. A palavra “philokalia” é traduzida literalmente como “amor pela beleza”. Foi o Antigo Testamento que deixou o ensinamento de que praticar boas obras é belo - herdado pela Ortodoxia, então. Mas uma perversão poderia surgir nessa ideia. A lei pode eclipsar Deus consigo mesma, como O eclipsou com os fariseus. Mas, em si mesma, é um conceito belo. Essa harmonia da verdade foi sentida pelos antigos patriarcas, profetas, santos e apóstolos. Portanto, podemos dizer que somos herdeiros da piedade não apenas dos apóstolos e santos do Novo Testamento, mas também dos santos do Antigo Testamento.
Não é por acaso que cantamos em todos os cultos: "Bendito seja o Deus de nossos pais, Abraão, Isaac e Jacob". Eles são nossos pais — embora muitos de nós não sejamos judeus de sangue, lembramo-nos deles como nossos próprios pais, porque participamos da mesma união; sentimos e nos deleitamos na maravilhosa harmonia do Antigo Testamento.
—Que novidade o Cristianismo trouxe ao mundo em comparação com a ética pré-cristã?
—Se antes as pessoas esperavam a salvação, doravante ela já se faz presente. Se antes esperávamos apenas a salvação, agora já somos salvos no Batismo. Só nos resta preservar e aumentar esse dom. Já nos tornamos filhos de Deus por meio do Batismo, do Crisma e da Santa Comunhão. Como disse o Senhor: Muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. Mas agora nós vemos e ouvimos. Para nós não há ética — temos os Mandamentos. A ética é uma invenção do homem, uma tentativa de codificar de alguma forma as exigências da consciência. Ela diz: Para ser respeitado, você tem que ser um bom menino, e para isso você tem que escovar os dentes e não xingar. Mas o que são os Mandamentos? Eles são a relação pessoal entre Deus e o homem. "Se Me amais, segui-Me." A relação pessoal entre Deus e o homem é uma coisa, e o padrão que inexplicavelmente existe na consciência pública é outra.
—A humanidade já foi salva pela morte de Cristo, mas isso significa que os apóstatas serão punidos com mais severidade do que antes do Batismo?
—São João Crisóstomo diz que, no Antigo Testamento, a punição pelo pecado era menor do que é agora. Mas agora existem punições diferentes. Um muçulmano não sabe nada sobre Cristo, mas responderá por suas más ações de acordo com sua consciência. Mas se alguém conheceu Cristo e O rejeitou, não confiando n´Ele, responderá perante o Pai pelo sangue de Seu Filho. O Pai dirá: "Cristo derramou Seu sangue por ti, e tu O pisoteaste. És assassino do Meu Filho."
—Qual é a diferença entre a piedade de um monge e a piedade de um leigo?
—São João Crisóstomo disse que um monge difere de um leigo apenas no voto de celibato. Os mandamentos são os mesmos para um monge e um leigo. A principal tarefa do homem é servir a Deus em todo lugar. É fácil para um monge fazer isso, mas mais difícil para um homem casado. Toda família tem tentações, porque essa vida se preocupa com bens materiais. Os bens materiais não são bons ou maus em si mesmos, mas o apego a eles é ruim. E aqui está o perigo: você pode ser submerso na vaidade do mundo e na sedução da riqueza. Há tentações para os monges também. Infelizmente, às vezes os monges se esquecem de seu voto de pobreza. Essas tentações só são superadas pela confiança no Senhor Deus. É ainda mais difícil para um chefe de família cumprir os mandamentos porque ele tem responsabilidade por seus entes queridos. Mas sua recompensa será menor, porque ele serve a Deus menos. Os chefes de família trazem trinta frutos por um, as viúvas sessenta por um e as virgens cem por um. Esta é a explicação tradicional dos frutos produzidos na boa terra. Mas um fruto trintonal para Deus já é um grande fruto, uma grande colheita. Tente obter trinta pepinos de uma semente! É muito, mas é possível obter ainda mais. O Cristianismo conhece duas ideias — o bom e o ainda melhor. O casamento é uma coisa bela, mas ainda mais belo é o monasticismo.
—Devemos lutar pelo melhor, pelo monasticismo?
—Era assim na Rússia. As famílias criavam os filhos, envelheciam e iam para os mosteiros, para ascenderem espiritualmente — São Pedro e Santa Fevronia, por exemplo. Este era o cerne muito importante do casamento, porque as pessoas entendiam que lutavam por Deus juntas. Mas, por outro lado, um casamento puro e coroado não é apenas uma coabitação civil. Um casamento abençoado por Deus, onde tudo é feito para a glória de Deus, onde o marido responde por tudo porque é o cabeça, o líder religioso, e a esposa é obediente ao marido, ajuda a cuidar da casa dele, e eles criam os filhos juntos, é uma forma de serviço a Deus que lhes traz uma grande recompensa no Céu.
—Como podemos permanecer cristãos não apenas durante os cultos, mas também fora da Igreja?
—Deus vê tudo, ouve tudo, e todo lugar é Seu domínio. Ande diante de Deus, seja irrepreensível e lembre-se de que você está caminhando com Ele. Como cantou um rei inglês (antes do século XI, a Inglaterra era um país ortodoxo): “Hoje sigo meu caminho; Deus Pai mostra o caminho, Deus Filho guia o caminho — Ele é meu guia — e o Espírito Santo dá força ao longo do caminho.” Isso é normal para um cristão. Deveríamos aprender essa atitude com o Rei David. Lemos muito o Saltério, mas não refletimos sobre as palavras. David se sentiu mal e simplesmente lamentou a Deus: “Quanto posso suportar? Eu caminho e choro; eles me ofendem.” Ou, com alegria, ele começa a louvar a Deus, mas isso não lhe basta; ele invoca os céus, as montanhas, as colinas e as florestas de carvalhos para cantarem louvores a Deus com ele. Essa é uma abordagem humana normal. Com Deus, eu pulo o muro.
— Por que muitos cristãos ortodoxos dão mais importância à piedade exterior do que a mudar suas vidas de acordo com o ideal cristão?
— Porque é mais fácil. É muito fácil mudar externamente. É fácil ir à igreja, mas é mais difícil confessar. Muitas vezes acontece de uma mulher se confessar e começar a confessar os pecados de outra pessoa: "Pai, eu sou tão pecadora; eu tenho um marido tão grande", e assim por diante, sobre os pecados do marido. Em vez de se condenar, ela condena o outro.
— Podemos dizer que uma moda para a Ortodoxia continua agora?
— Não havia uma antes. A Ortodoxia não é compatível com a moda, porque a Ortodoxia exige demais do homem, mesmo que ele tenha uma abordagem formal à Ortodoxia. Como podemos determinar se alguém é ortodoxo ou não? Não apenas pelo que ele diz, especialmente agora, quando todos [na Rússia] são basicamente ortodoxos. Existe certo conjunto de regras. Se alguém não acredita em nenhuma disposição do Credo Niceno — por exemplo, na ressurreição dos mortos ou que Jesus é o Filho de Deus —, não é ortodoxo. Se alguém não confessa que a Igreja Ortodoxa é a única Igreja verdadeira, não é ortodoxo. Alguém que acha que é aceitável quebrar os mandamentos também não é ortodoxo.
Às vezes, alguém tropeça, e há uma luta. "Não há homem que tenha vivido e não tenha pecado", diz Salomão, mas alguns consideram isso anormal, e outros veem o pecado como normal. Que tipo de ortodoxos são eles? Mas quanto à moda, que haja uma moda para a castidade. Eu sou apenas a favor disso. Se houvesse uma moda para não abortar, seria ótimo...
—Ou uma moda para não fumar...
—Ou uma moda para não beber. Isso seria simplesmente ótimo. Que o Arquimandrita Tikhon (Shevkunov) introduza uma moda.1 Que haja uma moda para fazer o bem; que as pessoas façam o bem, pelo menos fora de moda.
—Eles introduziram a proibição durante a perestroika, e o que resultou disso?! As pessoas começaram a beber ainda mais...
—A proibição é uma proibição externa, mas esta é uma moda interna. Costumava haver um bom mecanismo, que o diabo quebrou: a rejeição. Um homem que vivia em pecado e se orgulhava disso — você simplesmente não apertava sua mão. "Pessoas decentes não se comportam assim" é um slogan antigo e normal. É assim que deveria ser. Pessoas decentes não xingam; pessoas decentes não se embebedam, não cometem adultério, não matam crianças.
— Mas esse é outro fator externo...
— Que seja pelo menos isso, porque ajudará a evitar pecados terríveis. Se você fizer um aborto todos os anos, não haverá arrependimento profundo; e se um homem não se secar, se beber todos os dias, que arrependimento profundo ele pode ter?! Primeiro, ele precisa parar com suas más ações externas, depois poderá lutar contra pecados mais graves.
— Como se sentes em relação a um conceito como "Ortodoxia-luz" — uma forma simplificada de Ortodoxia? É como uma impressão ortodoxa barata?
— O Senhor disse: Esforçai-vos para entrar pela porta estreita, porque o caminho largo leva à destruição, mas o caminho estreito leva à vida, e mesmo este caminho não é encontrado. Portanto, a Ortodoxia ampla é o caminho largo para a destruição, se estamos falando da distorção dos mandamentos de Deus...
— Quais são os requisitos para o comportamento das mulheres na Igreja?
— Os requisitos para as mulheres são os mesmos que para os homens. Homens e mulheres devem estar na igreja com roupas adequadas ao seu gênero. Este é um mandamento de Deus. O tipo de roupa — para homens ou mulheres — depende da cultura. Se é costume uma mulher usar calças em alguma cultura, então ela não peca por ir à igreja de calças. Mas tentativas de misturar os dois gêneros são contrárias à vontade de Deus.
— Do seu ponto de vista, as mulheres devem trabalhar?
— Se quiserem. As crianças não devem ser deixadas de lado. Existem diferentes tipos de mulheres: algumas, se não trabalharem, definham completamente, enquanto outras, pelo contrário, gostam de não trabalhar e preferem ficar em casa. Também houve vários tipos de mulheres no passado, como a Princesa Olga — esposas de Estado e donas de casa. Ambas são boas. Não acho que precisemos inventar algo artificial aqui. Há mulheres que se contentam apenas em cuidar de crianças. É um dom especial. Nem todas o têm. Cada uma tem um dom diferente. Antigamente, quando as mulheres ficavam em casa, era uma casa ou uma propriedade com vacas, cabras e galinhas. Se fosse uma casa rica, ela também tinha que cuidar dos criados e dos trabalhadores da fazenda. A mulher era uma verdadeira mulher de negócios. Ela tinha trabalho em uma casa grande, não apenas sentada entre quatro paredes fechadas.
— Muitas vezes ouvimos mulheres ortodoxas dizerem: "Não quero marido nem filhos..."
— Se não os querem, não precisam tê-los. Deus as ajudará. Sempre tivemos "chernichki" [mulheres de preto] — que dedicaram a vida inteira a servir a Deus. Elas trabalhavam em empregos comuns e ajudavam na igreja em seu tempo livre, e foram elas que defenderam muitas igrejas durante as perseguições pós-revolucionárias. Essas mulheres ativas podem ajudar no trabalho missionário agora, com atos de caridade...
— Na Europa, existe um movimento — "sem filhos" — a ausência voluntária de filhos. Pessoas "sem filhos" afirmam que suas vidas podem ser completas sem filhos. O que achas delas?
— Elas quebram o mandamento de Deus de serem frutíferas e se multiplicarem. Uma coisa é quando alguém não quer se casar — tudo bem. Mas se você é casado e não quer ter filhos, então você peca, e de forma bastante grave. Eles são onanistas, e não apenas espiritualmente. Este foi o pecado de Onã: ele não queria filhos.²
— Os padres são sempre exemplos a serem seguidos em termos de piedade?
— Em matéria de piedade, somente Cristo é o nosso modelo. Devemos nos orientar somente por Ele. "Elevemos os nossos corações." Não é aos padres que elevamos os nossos corações, mas ao Céu.
— Quem é um exemplo de piedade para ti?
— Para mim, é o apóstolo Paulo, que diariamente cuidava de todas as Igrejas.
— Que livros recomendarias ler e quais filmes assistir? Precisam ser essas esplêndidas obras de arte ortodoxas?
— Existem diferentes medidas de crescimento espiritual, e cada um tem seu próprio alimento espiritual. Não devemos juntar tudo. Por exemplo, para alguém que se dedicou a Deus, ler literatura séria pode ser uma queda, mas para alguém que acabou de sair da lama do pecado, essa literatura é edificante. Temos que partir de nossas próprias questões espirituais.
Existem os princípios mais gerais: não temos o direito de permitir que nada depravado, impuro ou vil entre em nossos corações. Qualquer texto, pintura ou música que elogie o pecado não faz sentido para nós. Todo o resto é deixado à consciência de cada um. Eu recomendaria aos neófitos que lessem C. S. Lewis e os autores russos: Dostoiévski, Leskov e Shmelev. Quanto à música, sigam as letras e ouçam o que estão colocando nos ouvidos. Temos que nos abster de letras sombrias, porque elas são hipnotizantes, ficam girando na sua cabeça e, em um momento difícil, podem desempenhar o papel de um gatilho; portanto, cuide-se e lembre-se de que temos que cuidar de nossas janelas — os cinco órgãos dos sentidos. Compare tudo com os mandamentos, que são os únicos critérios na terra. Quanto ao nível da literatura — infelizmente, a "literatura ortodoxa" pode não estar em um nível muito alto. Mas, na verdade, nossos ancestrais foram criados com as vidas dos santos, e elas são melhores do que qualquer romance. Leia a vida de São Cipriano 3 — parece um romance!
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1 Atualmente Metropolita Tikhon de Pskov e Porkhov. Quando ainda arquimandrita e abade do Mosteiro de Sretensky em Moscou, iniciou um movimento para reduzir o consumo de álcool na Rússia. O movimento foi um sucesso — o consumo de álcool diminuiu. — Ed.
2 Veja Gênesis 38. Onã recebeu a ordem de gerar um filho de sua cunhada viúva, mas não estava disposto a fazê-lo. Assim, tendo tido relações com ela, ele "derramou sua semente na terra". Deus o matou por esse mal.
3 Dos Santos Cipriano e Justina
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