O QUÊ, ONDE, QUANDO E POR QUE DAS MISSÕES ORTODOXAS

RITSI Martin, Sacerdote 
tradução de monja Rebeca (Pereira)
artigo escrito em meados de 2017


O trabalho missionário é uma prática ortodoxa? Nossa fé deve ser conquistada por todos os povos do globo? Todos os cristãos ortodoxos podem participar do trabalho missionário? A resposta para cada uma dessas perguntas é um sonoro "Sim!". Neste artigo, exploraremos a história, os métodos e a motivação por trás das missões ortodoxas, chegando à conclusão de que não apenas podemos participar do trabalho missionário, mas, como filhos de Deus, a propagação do Seu amor faz parte da nossa própria natureza!

"Missões Ortodoxas" são um paradoxo?
No início da minha experiência como missionário na Albânia, tive um encontro com um missionário protestante, o que logo se tornaria comum. Estávamos tendo uma conversa agradável quando o assunto mudou para nossos respectivos ministérios. Quando lhe disse que era um missionário ortodoxo, sua expressão se transformou em puro espanto. Tudo o que ele conseguiu dizer foi: "Eu não sabia que a Igreja Ortodoxa fazia trabalho missionário!"

Na verdade, não me ofendi com sua franqueza. Logo descobri que muitos missionários designados para o topo da Albânia tinham pouco ou nenhum conhecimento da Ortodoxia. Uma reação muito mais angustiante veio dos próprios cristãos ortodoxos.

Deparei-me com essa reação pela primeira vez quando era estudante no seminário, em preparação para o sacerdócio. Como membro do comitê de missões do campus, eu frequentemente falava sobre o trabalho missionário. Em mais de uma ocasião, nessa função, fui confrontado por um homem ou uma mulher que me dizia enfaticamente que a atividade missionária era heterodoxa. "Missões estrangeiras", me disseram, "é um conceito protestante!"

Para ser justo, é fácil entender de onde esses dois equívocos se originaram. Embora a Ortodoxia tenha feito um poderoso esforço missionário ao longo de grande parte de sua história, foi em 1962 que o estudioso ortodoxo Nikita Struve observou incisivamente: "A rigor, a Igreja Ortodoxa não tem mais nenhuma missão organizada."

Um Período Temporário de Declínio
Sem dúvida, a Igreja Ortodoxa tem sido ativa em missões desde os seus primórdios — desde o período Apostólico e da Igreja Primitiva, passando pelas eras Bizantina e Russa, e agora nos dias atuais. Qualquer leitura dos livros de história comprovará claramente o fato de que cada século trouxe uma vibrante atividade missionária ortodoxa.

Dois fatores, no entanto, frustraram enormemente os esforços missionários da Igreja nos últimos séculos: (1) a ocupação turca dos Bálcãs, que durou quatro séculos; e (2) a tomada do poder pelos comunistas em muitos outros países ortodoxos. Entre esses dois eventos, a capacidade da Igreja Ortodoxa de realizar o trabalho missionário foi reprimida em um momento em que as igrejas do Ocidente tinham liberdade para se expandir. Esses eventos "forçaram os ortodoxos a se isolarem temporariamente para preservar sua fé e formar, até certo ponto, grupos fechados".2

Graças a Deus, esse período chegou ao fim por volta de meados do século XX. Após a Quarta Assembleia Geral do Syndesmos, em Tessalônica, Grécia, em 1958, o recém-surgido movimento Porefthentos impulsionou um renascimento ortodoxo na área da missão externa. Se analisarmos os diversos documentos escritos após esse período, o crescimento desse renascimento fica claro. O chamado à Igreja para retornar à sua tarefa tem aparecido repetidamente em conferências e artigos ao longo dos últimos quarenta anos.

Além disso, o severo regime comunista que reprimia a Ortodoxia em tantos outros países do mundo entrou em colapso, e podemos esperar ver esse mesmo renascimento das missões também nesses países.

Um Levantamento da Atividade Missionária
Olhando para trás, podemos ver que este chamado para retornar às missões deu frutos. Os ortodoxos, após décadas de repressão, mais uma vez começaram a testemunhar Cristo até os "confins da terra". O número de missionários ortodoxos, em comparação com o de outras igrejas, não é espetacular. No entanto, um levantamento da atividade missionária ortodoxa atual revela que a Igreja está em movimento novamente. Permitam-me delinear algumas das principais regiões de trabalho missionário ortodoxo que explorei.

- O Patriarcado Ecumênico de Constantinopla abrange diversas regiões missionárias. A maior é a Metrópole de Hong Kong e Sudeste Asiático, estabelecida em novembro de 1996. O Metropolita Nikitas, de Tarpon Springs, Flórida, foi entronizado nesta Sé em 1997. A jurisdição abrange um vasto território, e os esforços missionários incluem Indonésia, Índia, Filipinas, Hong Kong, Coreia e Singapura. O Metropolita escreve que também há possibilidades de início na China (Pequim), Taiwan e Tailândia (Bangkok).3

- As comunidades ortodoxas da América Central e do Sul também realizam atividades missionárias locais. Os esforços nessas áreas são liderados por Constantinopla e também por outras jurisdições.

- O Patriarcado de Alexandria e de Toda a África é responsável pelos esforços missionários na África. As igrejas ortodoxas da África crescem diariamente. Os principais esforços missionários estão no Quênia, Uganda, Tanzânia, Madagascar, Zaire, Camarões, Gana e Nigéria. Em todas essas igrejas há clérigos indígenas. Algumas têm seminários e muitas também têm escolas e clínicas.

- A Igreja Autocéfala da Albânia. Uma nova situação nas missões ortodoxas surgiu nesta década. Com o colapso dos regimes comunistas em países que antes eram predominantemente ortodoxos, a Igreja frequentemente se viu com a tarefa de reconstruir seus alicerces do zero. Isso é especialmente verdadeiro na Igreja da Albânia, onde a religião era constitucionalmente ilegal e a infraestrutura da Igreja havia sido totalmente destruída. Nessa situação, a única maneira de a Igreja ressuscitar era por meio de assistência externa, alcançando além das fronteiras culturais e geográficas.

À frente do esforço na Albânia está o Arcebispo Anastasios Yannoulatos, o principal missionário e missiólogo vivo da Igreja Ortodoxa. O Arcebispo Anastasios foi eleito para liderar esta Igreja e tem feito um trabalho extraordinário na aplicação do melhor da estratégia missionária ortodoxa nos últimos oito anos. É um dos poucos países onde os ortodoxos podem testemunhar livremente para uma maioria muçulmana, e muitos estão se convertendo à fé.

- Centros Missionários: Outro desenvolvimento no trabalho missionário ortodoxo das últimas décadas foi o renascimento da ideia de centros missionários para apoiar a missão externa. Vimos o primeiro deles (Porefthentos) na Grécia, a partir da década de 1960. Desde então, outros movimentos também surgiram na Grécia. O Orthodox Christian Mission Center representa todas as jurisdições ortodoxas canônicas nos Estados Unidos. Um terceiro movimento surgiu na Finlândia em 1981 (Escritório Missionário da Igreja Ortodoxa Finlandesa, Ortodoksinen Lahertysry). O Patriarcado de Moscou também reativou recentemente seu Escritório de Missões.

Se olharmos para a história da Ortodoxia até os dias atuais, podemos ver que a Igreja Ortodoxa esteve envolvida no trabalho missionário desde o seu início. Embora tenha havido um período de inatividade devido à perseguição política externa, quando a liberdade foi restaurada, a Igreja Ortodoxa voltou a se dedicar à Grande Comissão de ir a todas as nações.

Os Princípios do Trabalho Missionário Ortodoxo
Quais são os princípios do trabalho missionário ortodoxo? É possível encontrar um fio condutor nos muitos esforços ao longo dos séculos? Em caso afirmativo, como isso se compara às estratégias missionárias protestantes contemporâneas?

Enquanto frequentava a Escola Fuller de Missões Mundiais, tive a maravilhosa oportunidade de analisar diferentes estratégias missionárias protestantes. Essas estratégias estão em constante desenvolvimento. Ao aplicá-las ao meu próprio contexto, logo percebi que o melhor de muitas dessas teorias da missiologia moderna já existia na minha própria tradição ortodoxa. Além disso, percebi que alguns dos grandes erros da história missionária estavam ausentes na abordagem ortodoxa. Permitam-me ilustrar o que quero dizer descrevendo brevemente algumas das teorias missionárias contemporâneas mais populares e, em seguida, contrastando-as com a abordagem ortodoxa.

• A Igreja das Três Autonomias. A primeira teoria é chamada de "Estratégia das Três Autonomias". Ela representa a compreensão de que o trabalho missionário deve, em última análise, levar ao desenvolvimento de uma igreja nativa. De acordo com essa teoria, uma igreja nativa é descrita como aquela que é autogovernada, autossustentável e autopropagada. Henry Venn e Rufas Anderson desenvolveram essa ênfase para corrigir os resultados negativos do trabalho missionário do século XIX, que resultou em paternalismo por parte dos missionários e no estabelecimento de igrejas totalmente dependentes de corpos missionários estrangeiros. Como disse um missionário, um andaime estava sendo construído ao redor das igrejas, mas permaneceu como um acessório permanente, em vez de ser uma ajuda temporária para criar uma estrutura autônoma. No modelo das Três Autonomias, a ênfase foi colocada na nativização da igreja local: ela deve incorporar e funcionar plenamente dentro da cultura local e nativa para ser autêntica.

• Contextualização. À medida que o modelo das Três Autonomias foi aplicado, no entanto, certas fragilidades surgiram. Considerou-se simplista demais considerar uma igreja madura quando ela continha as três "autonomias" e funcionava dentro da cultura local. O modelo de contextualização aceita as pressupostas das Três Autonomias, mas também aponta que, em certas situações, uma igreja pode ser nativa sem um desses aspectos. Revela também que uma igreja pode conter as dimensões das Três Autonomias, mas ainda assim ser uma entidade totalmente estranha à sua cultura, mesmo sendo administrada por povos nativos.

Assim, o modelo de contextualização analisa questões mais profundas para determinar se uma igreja está firmemente enraizada na cultura e na vida de um povo e se tornou contextualizada, além de ser nativa.

• Tradução da Bíblia e uso da língua local. Outra ênfase relacionada à estratégia missionária protestante envolve as questões da tradução da Bíblia e o uso das línguas locais. Um povo deve ser capaz de ler e adorar na "língua do seu coração". A Bíblia deve ser disponibilizada para formar uma igreja madura. Esses são princípios comumente aceitos hoje, encontrados em todo o espectro de quase todos os esforços missionários protestantes.

Uma Perspectiva Ortodoxa
É interessante notar que a maioria desses modelos foi formulada em resposta às fragilidades dos esforços missionários protestantes históricos. Muitos esforços missionários negaram ou reprimiram a cultura do povo alcançado. Outros negligenciaram a tradução da Bíblia ou o uso da língua ou música local no culto. Como, então, a Igreja Ortodoxa se relaciona com esses princípios em seu trabalho missionário e qual tem sido sua prática ao longo dos tempos?

Em um artigo publicado em 1989, o Arcebispo Anastasios descreve a ênfase central nas missões bizantinas e ortodoxas russas. As missões bizantinas, afirma ele, baseavam-se em princípios essenciais bem definidos:

Em primeiro lugar, estava o desejo de criar uma autêntica comunidade eucarística local. Assim, deu-se prioridade à tradução das Sagradas Escrituras e de textos litúrgicos... bem como à construção de belas igrejas que proclamassem — com o silêncio eloquente da beleza — que Deus viera habitar entre a humanidade. [Havia também] um interesse pelas dimensões sociais e culturais da vida. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento do vernáculo e de um temperamento nacional... ajudou a preservar a personalidade dos povos convertidos. Longe de se entregarem a uma centralização administrativa... os missionários bizantinos viam a unidade da igreja ampliada em sua ação de graças conjunta, com muitas vozes, mas em um só espírito.4

Ele prossegue descrevendo as missões russas:

Os missionários russos foram inspirados pelos princípios da Ortodoxia Bizantina e os desenvolveram com originalidade... a criação de um alfabeto para línguas não escritas; a tradução de textos bíblicos e litúrgicos para novas línguas, a celebração da liturgia em dialetos locais... a preparação de um clero nativo o mais rápido possível; a participação conjunta de clérigos e leigos, com ênfase na mobilização dos fiéis; o cuidado com o desenvolvimento educacional, agrícola e artístico ou técnico das tribos e povos atraídos pela Ortodoxia.

Resumindo os muitos princípios da estratégia missionária ortodoxa, o Arcebispo Anastasios afirma: "Certos princípios fundamentais, que só agora estão sendo postos em prática pelas missões ocidentais, sempre foram a base inquestionável dos esforços missionários ortodoxos". 6

Este é um ponto-chave para a compreensão da atividade missionária histórica. Muitos dos princípios missiológicos atuais, que estão sendo descobertos pelos estudos missionários protestantes, podem ser encontrados na prática ao longo de séculos de missões ortodoxas!

Ainda mais encorajador, no entanto, é o fato de que as estratégias adotadas por figuras históricas ortodoxas — de São Cirilo e Metódio a São Nicolau do Japão e Santo Inocêncio do Alasca — também são praticadas nos dias de hoje.

Tendo servido sob o Arcebispo Anastácio nos últimos dez anos, testemunhei pessoalmente o mesmo espírito, direção e integridade no trabalho missionário que ele liderou na África Oriental e agora na Albânia. Cada uma dessas ênfases tradicionais ortodoxas esteve presente: tradução, culto na língua local do povo, liderança nativa, participação de leigos, incorporação de elementos culturais na vida da Igreja, construção de igrejas que testemunhem a glória de Deus e ênfase na pessoa como um todo, atendendo às necessidades da sociedade por meio da educação e de instituições de caridade.

Estes são os fios da prática missionária ortodoxa que se entrelaçam ao longo de sua história. Estes são os ideais pelos quais os ortodoxos lutam ao levar o Evangelho a novas terras e povos. Embora nem sempre tenham estado presentes em todos os movimentos, são uma parte inegável da história ortodoxa que se estende desde os primeiros séculos até hoje.

Por que devemos fazer trabalho missionário?
Gostaria de abordar uma última pergunta antes de concluir este artigo: Por que devemos fazer trabalho missionário?

Jamais esquecerei meu primeiro voo para a África. Recém-casado e ordenado, tornei-me missionário da noite para o dia. Num momento, eu era padre na Califórnia. No entanto, levou apenas uma fração de segundo para que meu pé atravessasse a soleira do 747 que nos levaria ao Quênia. Com aquele passo mágico, nossa família se tornou missionária.

Enquanto sobrevoávamos o Atlântico, uma comissária de bordo viu minha gola e perguntou para onde eu estava indo. Expliquei orgulhosamente que nossa família estava viajando para a África Oriental para sermos missionários. "Ah", ela respondeu. "Eu não acredito nisso. Não devemos interferir na vida das pessoas. Devemos simplesmente deixá-las em paz para que sigam seu próprio caminho, felizes."

Como responder a uma afirmação dessas? Por onde começar? Na verdade, esse desafio surgiu repetidamente e gradualmente me forçou a pensar, analisar e estudar as motivações fundamentais para o trabalho missionário. Por que simplesmente não deixamos o mundo em paz? Por que tentamos espalhar nossa fé para pessoas que têm suas próprias crenças?

Em algum ponto da minha jornada rumo à vocação missionária, deparei-me com uma perspectiva ortodoxa apresentada pelo Arcebispo Anastasios em um artigo intitulado "O Propósito e o Motivo da Missão". Este artigo tornou-se um divisor de águas para mim, pois parecia abranger tudo o que eu vinha aprendendo e vivenciando como estudante e missionário. Com isso em mente, não consigo pensar em maneira melhor de concluir este artigo do que com um breve resumo dos excelentes pontos levantados pelo Arcebispo Anastasios em seu artigo.

Sem dúvida, o fundamento da missão é a glória de Deus e a redenção de toda a criação. As Escrituras enfatizam esse tema repetidamente, começando pela própria Criação e nos conduzindo através da rejeição dessa glória e da subsequente entrada da morte no mundo. A vida de Jesus, dessa perspectiva, é uma manifestação da glória de Deus. Em Cristo, a natureza humana é redimida e a ordem universal restaurada. Finalmente, a Igreja se torna participante na proclamação dessa redenção até a Parusia, quando a glória de Deus é plenamente revelada.

A participação na difusão da glória de Deus é tão básica para o espírito cristão que pode ser chamada de necessidade interior. O Arcebispo Anastácio explica:

A questão do motivo da missão pode ser estudada sob vários ângulos: amor a Deus e aos homens, obediência ao Grande Mandamento do Senhor (Mateus 28:19), desejo pela salvação das almas, anseio pela glória de Deus. Todos esses, certamente, são motivos sérios. . . . No entanto, pensamos que o verdadeiro motivo da missão, tanto para o indivíduo quanto para a Igreja, é algo mais profundo. Não é simplesmente obediência, dever ou altruísmo. É uma necessidade interior. “A necessidade me é imposta”, disse São Paulo, “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1 Coríntios 9:16). Todos os outros motivos são aspectos dessa necessidade, motivos derivados. A missão é uma necessidade interior (i) para os fiéis e (ii) para a Igreja. Se recusarem, não estarão apenas omitindo um dever, mas negando-se a si mesmos.7

Essa necessidade interior é um desdobramento de nosso ser feito à imagem de Deus. Ao longo da história, podemos ver claramente o propósito de Deus na revelação de Sua glória, na atração de todas as coisas a Si e no estabelecimento de Seu Reino. Além disso, podemos ver que Deus compartilhou essa missão com a humanidade, desde Abraão até os discípulos de Jesus e a Igreja hoje.

Portanto, o trabalho missionário não é uma tarefa que nos é simplesmente imposta; nem está enraizado unicamente em nossa obediência, respeito ou mesmo amor a Deus. Pelo contrário, é a concretização de nossa natureza inerente de participar da realização, do destino e da direção da humanidade e de toda a criação, à medida que ela é atraída de volta a Deus e rumo à vinda de Seu Reino.

Conclusão
Neste artigo, consideramos a longa e, por vezes, esquecida tradição do trabalho missionário ortodoxo. O espaço não nos permitiu explorar em profundidade as personalidades amorosas, as visões poderosas, as estratégias sólidas e as vidas intensamente sacrificiais de tantos missionários ortodoxos.

Mas, nesta ampla visão geral da história, estratégia e motivações da missão ortodoxa, tentei dar uma amostra — ainda que tênue — do rico sabor de uma história vibrante que continua no presente e que está no cerne do nosso ser. Como ortodoxos, estivemos, e devemos estar, envolvidos no trabalho missionário. Temos uma sólida tradição histórica e princípios desenvolvidos que nos dizem isso.

Acima de tudo, entendemos que levar o amor, a compaixão e a mensagem de Deus ao mundo, atraindo pessoas a Ele e estabelecendo comunidades de adoração entre todas as nações e culturas não é meramente uma ordem imposta ou um princípio religioso — é parte da nossa própria natureza, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

A participação em missões, tanto como indivíduos quanto como Igreja, é uma ação necessária para que sejamos plenamente quem somos. Sem ela, algo estará faltando. Com dois terços do nosso mundo ainda carentes do amor e da alegria de estar em Jesus Cristo, temos muito a fazer. Que o Senhor nos guie a concretizar esta dimensão de nós mesmos, para que o Seu poder salvador seja conhecido entre todas as nações.

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1 Nikita Struve, “Missões Ortodoxas: Passado e Presente”, St. Vladimir’s Theological Quarterly 6:1, pp. 40, 41.
2 Yannoulatos, Anastasios, “Ortodoxia e Missão”, St. Vladimir’s Theological Quarterly 8:3, p. 139.
3 The Censer, jan. 99, vol. 3, número 1.
4 Yannoulatos, Anastasios, “Missão Ortodoxa — Passado, Presente e Futuro”, Your Will Be Done, Orthodoxy in Mission, George Lempoulos ed., Genebra: CMI. 1989, pp. 65, 66.
5 Ibid., p. 68
6 Ibid., p. 68
7 Yannoulatos, Anastasios, O Propósito e o Motivo da Missão: de um Ponto de Vista Teológico Ortodoxo. Atenas: Typo-Tcchniki-Offset, Ltd.. 1968, (3ª edição) p. 32.


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