SÃO PORFÍRIO KAVSOKALYVITIS (PARTE III)

tradução de monja Rebeca (Pereira)

d) Imortalidade
A vitória sobre a morte, o senso e a certeza da imortalidade é uma experiência comum a todos os santos e ao próprio Ancião Porfírio. Na entrevista gravada mencionada acima, ele também diz: "O homem que pertence a Cristo deve amar a Cristo, e quando amar a Cristo, será libertado do diabo, do Inferno e da morte". Estas não são as palavras de alguém que pensou pessoalmente nesta verdade. São palavras extraídas de experiências pessoais reais e, portanto, possuem o valor do testemunho ocular. Não faz diferença que o Ancião Porfírio, por humildade e profundo senso de fraqueza humana, nos diga que ainda não atingiu esse estado.

Em vez disso, torna-o mais credível, pois ele não é mais visto como alguém que pensa ter chegado a lugar algum. "Eu não cheguei a esse estado, mas é isso que eu busco, é isso que eu quero. Tanto nos meus momentos de silêncio quanto onde quer que eu esteja, tento viver nesse estado, mas eu não... Eu tento, no entanto. Em outras palavras... como posso dizer? Como posso dizer? Eu não estive em nenhum lugar, sabe... ou melhor, eu fui lá uma vez e vi como era, e agora não estou mais lá, mas eu me lembro, eu anseio por isso, eu quero estar lá. Sim, agora, neste exato momento, amanhã, depois de amanhã, a cada momento eu sinto o desejo de estar lá. Eu quero ir lá, eu peço que isso me seja concedido. Mas eu não estou lá... Não, mas eu estou vivendo nesta luta para chegar lá..."

São Gregório de Nissa nos assegura que "encontrar Deus é buscá-Lo incessantemente". Não há confirmação melhor ou mais confiável do fato de que o Ancião tenha encontrado Deus, e que o caminho do amor que ele nos mostra é a maneira mais rápida, segura e melhor para Deus nos encontrar também e, com alegria e amor, recolher cada um de nós como uma ovelha perdida e nos conduzir desta vida para Sua Igreja terrena não criada, que é um lugar de amor, alegria, paz e imortalidade.

Que assim seja, Senhor, pelas orações de Teu servo Porfírio. Amém.

Em 27 de novembro de 2013, o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla aprovou a proposta de inscrição do hieromonge Porfírio Kavsokalyvitis no registro dos Santos da Igreja Ortodoxa.

Citações de São Porfírio:

‘E eu sempre rezo para que meus filhos espirituais amem a Deus – que é tudo – para que Ele nos considere dignos de entrar em Sua Igreja incriada aqui na Terra. Pois é aqui que devemos começar. Sempre me esforcei para rezar e ler os hinos da Igreja, a Sagrada Escritura e a vida de nossos santos, e oro para que faças o mesmo. Procurei me aproximar de Deus pela Graça de Deus e oro para que faças o mesmo.’

‘Onde quer que encontremos Cristo, mesmo que seja uma caverna, permanecemos lá e tenhamos medo de sair, para que não O percamos’.

‘Aquele que entregou seu coração a Cristo não sofrerá, por mais dificuldades que enfrente. Ele é alegre, está cheio de alegria interior. Ele é dinâmico. Ele é cuidadoso. Ele não comete erros nem causa danos. Sua mente, suas mãos e seus pés são todos impulsionados pela Graça de Deus. Como ele poderia ser estúpido?’

‘Bem, é assim que devemos ver Cristo. Ele é nosso amigo, Ele é nosso irmão, Ele é tudo o que é belo e bom. Ele é tudo. Mas acima de tudo, Ele é nosso amigo e Ele clama: “Olhem aqui, sois meus amigos, não entendem isso? Somos irmãos... Olha, eu não... Eu não estou brandindo o inferno como uma arma, não quero assustá-los, eu vos amo. Quero que desfrutem a vida comigo.”’

Devemos ter o cuidado de nos dedicar a Cristo e nos tornar mos santos, de ingressarmos em Sua Igreja e então, uma vez todos dentro de Sua Igreja, nos tornarmos um só corpo. Ou seja, todos nós que somos cristãos ortodoxos. E quando conseguirmos isso, para aqueles de nós que conseguirmos entrar na Igreja, não haverá mais morte, inferno ou Satanás...

E depois? Nada mais. E quando minha vida terminar assim, cheia de alegria, que me sejam dados apenas alguns ramos novamente para fazer meu último lugar de descanso.

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Kavsokalyvia é uma comunidade muito simples de ascetas, situada em um lugar onde as torrentes do Monte Athos são canalizadas para uma ampla ravina rochosa e ressonante. As cerca de quarenta kalyvas circundam o Kyriakon como uma corrente. As kalyvas são separadas umas das outras por anéis verdes, que consistem em um pequeno jardim, um pequeno vinhedo e algumas árvores cítricas, que, juntamente com as poucas oliveiras e outras árvores frutíferas, fornecem o único consolo para os ascetas, que curvam suas costas para cavar entre as rochas e preencher as cavidades com terra trazida da área circundante, apesar da baixa fertilidade do solo seco ao redor.