A CRUZ É O MISTÉRIO QUE CRIOU A IGREJA
JEVTITCH, Vladika Atanasije
tradução de monja Rebeca (Pereira)
A Cruz é o Mistério que criou a Igreja, mas ao mesmo tempo, meus irmãos e irmãs, a Cruz é julgamento. "Agora é o julgamento deste mundo" (Jo 12, 31), diz o Senhor. Quando o Filho de Deus sobe na cruz, quando O levantam na cruz, temos aí o julgamento para aqueles que querem n´Ele acreditar para a Vida Eterna, e para aqueles que não querem, julgamento e condenação. Mas o julgamento de Deus nem sempre é condenação, antes discernimento. Pois que Deus é misericordioso e amigo dos homens, Ele veio para nos salvar, a nós pecadores. Antes disso, dizem os Santos, e o Evangelho também testemunha, que Cristo Se oferece voluntariamente em sacrifício no Cenáculo de Sião (Câmara Alta), ao partir, na Última Ceia, Seu Corpo e derramar Seu sangue pela vida eterna do mundo inteiro. Eis a Sagrada Liturgia, a Santa Eucaristia: Aqui vos lego o Reino que o Pai Me legou desde a eternidade, para que possam sentar-se comigo no Reino, à Mesa de Meu Pai, e para que possam comer e beber a comida e a bebida da vida eterna. Eis o resultado da Cruz, porque ao perfurarem a costela do Senhor, da Cruz jorram sangue e água. A costela é o lugar de onde Deus tirou Eva, e Eva foi a primeira a obedecer ao diabo, seduzindo em seguida Adão. É assim então - pela costela perfurada, ou melhor, por permitir ser perfurado em Sua própria costela - que o Senhor cura Eva e Adão. E sangue e água escorrem da costela. A Água é o Batismo, o Sangue é a Sagrada Liturgia, a Santa Eucaristia - novamente os frutos da Cruz. O fruto da Cruz é também a descida de Cristo ao Hades, porque destrói o inferno e ninguém mais permanece na sepultura. O inferno não mais também existe, mas sim estados infernais. Infelizmente existe o tormento eterno para aqueles que o preparam para si. E existe desde então o paraíso aqui na terra, e principalmente na eternidade, para aqueles que preparam suas almas e seus corpos para o Paraíso. É assim que a Cruz é: salvação e julgamento!”
Kosovske besede i reci, 34-35
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