Os atributos da Igreja


POPOVITCH Justin
tradução de monja Rebeca (Pereira)


Os atributos da Igreja são imutáveis porque são atualmente os atributos de Cristo Senhor, o Deus-Homem, e através d´Ele, aqueles da Divindade Triuna. Todavia, os santos e divinamente sábios Padres do Segundo Concílio Ecumênico, guiados e instruídos pelo Espírito Santo, reduziram-nos no nono artigo do Símbolo de Fé (Credo) – Creio еm uma Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Estes atributos da Igreja – unidade, santidade, catolicidade (sobornost), e apostolicidade – são derivados da própria natureza da Igreja e seu propósito. Definem de forma clara e precisa o caráter da Igreja Ortodoxa de Cristo que enquanto instituição e comunidade teantrópica, é distinguível de cada instituição ou comunidade de sorte humana.

1. A Unidade e Unicidade da Igreja
Da mesma forma com que a Pessoa de Cristo, Deus-Homem, é una e única, assim também o é a Igreja fundada por Ele, n´Ele e sobre Ele. A unidade da Igreja vem necessariamente desde a unidade da Pessoa do Senhor Cristo, Deus-Homem. Por ser um organismo teantrópico único e organicamente integral em todos os mundos, a Igreja, de acordo com as leis dos Céus e da terra, é indivisível. Divisão alguma poderia significar Sua morte. Imersa no Deus-Homem, Ela é em primeiro lugar e principalmente um organismo teantrópico, e só então uma organização teantrópica. Nela tudo é teantrópico: natureza, fé, amor, Batismo, Eucaristia, todos os Santos mistérios e todas as santas virtudes, Seu ensinamento, Sua vida inteira, Sua imortalidade, Sua eternidade e Sua estrutura. Sim, sim, sim, nela tudo é teantropicamente integral. Cristificação, santificação, deificação, Trinitarismo, salvação. Nela tudo está fundido organicamente e pela graça num único corpo teantrópico, sob uma única Cabeça – o Deus-Homem, Senhor Jesus Cristo. Todos os Seus membros, embora como pessoas unidas pela mesma graça do Espírito Santo por meio dos santos mistérios e as virtudes santas numa unidade orgânica, composta por um corpo a confessar a fé, que os une uns aos outros e ao Senhor Jesus Cristo.

Os Apóstolos portadores de Deus foram divinamente inspirados ao anunciarem a unidade e a unicidade da Igreja, baseados na unidade e unicidade de Seu Fundador – o Deus-Homem, Cristo Senhor, e Sua teantrópica personalidade. “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor. 3: 11).

Assim como os Santos Apóstolos, os Santos Padres e os Doutores da Igreja confessam a unidade e a unicidade da Igreja Ortodoxa com a divina sabedoria de querubim e o zelo do serafim. Compreensível, todavia, é o zelo ardente que animou os Santos Padres da Igreja em todos os casos de divisão e queda e a severa atitude para com as heresias e os cismas. Sob este prisma, os santos Concílios Ecumênicos e os santos Concílios Locais são proeminentemente importantes. De acordo com Seu espírito e atitude, sábios em Seus afazeres pertencentes a Cristo, a Igreja não é somente una, mas também única. Da mesma forma com que Jesus Cristo não pode ter muitos corpos, assim também Ele não pode ter muitas Igrejas. De acordo com sua natureza teantrópica, a Igreja é uma e única, tal como Cristo, o Deus-Homem é um e único.

Por esta razão, uma divisão, uma separação da Igreja é ontológica e essencialmente impossível. A divisão no interior da Igreja nunca aconteceu, nem pode mesmo acontecer, enquanto as apostasias da Igreja podem e continuam a acontecer, da mesma maneira que os ramos voluntariamente infrutíferos e murchos, caem da eternamente viva Videira teantrópica – o Senhor Jesus (Jo. 15: 1-6). De vez em quando, heréticos e cismáticos que se cortaram eles próprios, se ofendem ao afastarem-se da única e indivisível Igreja de Cristo, deixando assim de ser membros da Igreja e partes de Seu Corpo teantrópico. Os primeiros a caírem foram os gnósticos, em seguida os arianos, depois os macedonianos, os monofisitas, os iconoclastas, os católico-romanos, os protestantes, os uniatas e assim por adiante – todos os outros dentre heréticos e cismáticos.

2. A Santidade da Igreja
Por Sua natureza teantrópica, a Igreja é sem sombra de dúvidas uma única organização no mundo. Toda Sua santidade reside em sua natureza. Na realidade, ela é o ateliê teantrópico da santificação humana e, através dos homens, da santificação do resto da criação. Ela é santa tal como o Corpo teantrópico de Cristo, Cuja eterna Cabeça é o próprio Senhor Cristo; e Cujo espírito imortal é o Espírito Santo. Portanto tudo n´Ela é santo: Seu ensinamento, Sua graça, Seus mistérios, Suas virtudes, todos os Seus poderes e todos os Seus instrumentos foram n´Ela depositados para a santificação dos homens e de todas as coisas criadas. Tornando-se a Igreja por Sua Encarnação por um amor sem igual pelos homens, nosso Deus e Senhor Jesus Cristo santificou a Igreja pelos Seus sofrimentos, Ressurreição, Ascensão, ensinamento, prodígios, oração, jejum, mistérios, e virtudes, numa só palavra, por toda Sua vida teantrópica. Donde o pronunciamento divinamente inspirado proferido: “...Cristo amou Sua Igreja, e a Si mesmo Se entregou por Ela, para que a santificasse , tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef. 5: 25-27).

3. A Catolicidade/Conciliaridade (Sobornost) da Igreja
A natureza teantrópica de Cristo é inerentemente e toda-compassivamente universal e católica: ela é teantropicalmente universal e teantropicalmente católica. Senhor Jesus Cristo, Deus-Homem, por Si-mesmo e em Si-mesmo uniu perfeita e integralmente Deus e Homem, e através do homem, todos os mundos e todas as coisas criadas a Deus. O fato da criação está essencialmente ligada a este homem (cf. Rom. 8: 19-24). Em Seu teantrópico organismo, a Igreja engloba: “todas as coisas criadas, que estão nos Céus, as visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades” (Col. 1: 16). “Nele tudo subsiste. Ele é a Cabeça do Corpo da Igreja” (Col. 1: 17-18).

No organismo teantrópico da Igreja cada um vive na plenitude de sua personalidade como uma viva e divina célula. A lei da catolicidade teantrópica engloba todos e opera através de todos. Durante todo o tempo, o equilíbrio teantrópico entre o divino e o humano é sempre devidamente preservado. Enquanto membros de Seu corpo, nós experimentamos na Igreja a plenitude de nosso ser em todas as suas dimensões divinas. Além do mais: na Igreja do Deus-Homem, o homem experimenta seu próprio ser como o homem experimenta seu próprio ser tão abrangente, como teantropicamente abrangente; ele experimenta ele próprio não somente como completo, mas também como a totalidade da criação. Numa palavra: ele o experimenta ele próprio enquanto deus-homem pela graça.

A teantrópica catolicidade da Igreja é na realidade uma incessante cristificação de muitos pela graça e virtude: tudo é reunido em Cristo, Deus-Homem, e tudo é experimentado através d´Ele como próprio, como o único organismo teantrópico indivisível. Pois que a vida na Igreja é uma catolização teantrópica, o combate em se adquirir pela graça e a virtude a semelhança com o Deus-Homem, cristificação, theosis, vida na Trindade, santificação, transfiguração, salvação, imortalidade e semelhança com a Igreja. Catolicidade teantrópica na Igreja é refletida e realizada na eternamente vivente Pessoa de Cristo, o Deus-Homem, Que no mais perfeito modo uniu Deus ao homem e toda criação, limpa do pecado, do mal e da morte pelo precioso Sangue do Salvador (cf. Col. 1: 19-22). A Pessoa teantrópica de nosso Senhor Jesus Cristo é a própria alma da catolicidade da Igreja. É o Deus-Homem Que sempre preserva a balança teantrópica entre o divino e o humano na vida católica da Igreja. A Igreja está transbordando com o Cristo Senhor, pois que Ela é “a plenitude d´Aquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef. 1: 23). Portanto, Ela é universal em cada pessoa que n’ Ela Se encontra, em cada uma de Suas pequeninas células. Esta universalidade, esta catolicidade soa como um trovão particularmente através dos Apóstolos, através dos Santos Padres, através dos Santos Concílios Ecumênicos e Locais.

4. A Apostolicidade da Igreja
Os Santos Apóstolos foram os primeiros deuses-homens por graça. Como o Apóstolo Paulo, cada um deles, em sua vida integral, podiam dizer de si próprios: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gal. 2: 20). Cada um deles é um Cristo repetido, ou, para me fazer mais exato, uma continuação de Cristo. Tudo neles é teantrópico porque recebido do Deus-Homem.

Apostolicidade não é nada mais do que a Deus-humanidade de Cristo Senhor, assimilada livremente através dos santos combates pelas santas virtudes: fé, amor, esperança, jejum, etc. Isto representa que tudo o que pertence aos homens, neles vive livremente pelo Deus-Homem, pensa através do Deus-Homem, sente através do Deus-Homem, atua através do Deus-Homem e quer através do Deus-Homem. Para eles o Deus-Homem histórico, o Senhor Jesus Cristo é o supremo valor e o supremo critério. Tudo neles é do Deus-Homem, por causa do Deus-Homem, e no Deus-Homem. E isto é assim sempre e em toda parte. Isto para eles é imortalidade no tempo e espaço deste mundo. É assim que eles são ainda nesta terra participantes da eternidade teantrópica de Cristo.

A apostolicidade teantrópica é integralmente continuada nos sucessores terrestres de Apóstolos portadores de Cristo: os Santos Padres. Dentre eles, em essência, não existe diferença: o mesmo Deus-Homem Cristo vive, atua, aviva e os torna eternos de igual medida, Aquele Que é o mesmo ontem, e hoje e sempre (Hb. 13: 8). Através dos Santos Padres, os Santos Apóstolos viveram com todas as suas riquezas teantrópicas, os mundos teantrópicos, as santas coisas teantrópicas, mistérios teantrópicos e virtudes teantrópicas. Os Santos Padres estão, de fato, apostolizando continuamente, quer como personalidades distintas, como bispos de igrejas locais, ou membros dos Santos Concílios Ecumênicos e Locais. Para eles só existe uma única Verdade, uma Verdade Transcendente: o Deus-Homem, Senhor Jesus Cristo. Veja os Santos Concílios Ecumênicos, desde o primeiro até o último, confessa, defende, crê, anuncia, e preserva vigilantemente com um supremo valor: Deus-Homem, Senhor Jesus Cristo.

A principal Tradição, a Tradição transcendente, da Igreja Ortodoxa é Deus-Homem Cristo vivo, inteiro no teantrópico Corpo da Igreja da qual Ele é a Cabeça imortal e eterna. Isto não é meramente uma mensagem, mas a mensagem transcendente dos Santos Apóstolos e dos Santos Padres. Eles conheceram o Cristo crucificado, o Cristo ressuscitado, o Cristo ascendido. Todos eles, por suas vidas e ensinamentos, com um único espírito e em uníssono, confessam que Cristo o Deus-Homem está totalmente em Sua Igreja, como em Seu Corpo. Cada um dos Santos Padres pode repetir corretamente com São Máximo o Confessor: “De forma alguma exponho minha opinião, mas o que me foi ensinado pelos Padres, sem alterar alguma coisa em seus ensinamentos.”

E da proclamação imortal de São João Damasceno ressoa a confissão universal de todos os Santos Padres que foram glorificados por Deus. “O que quer que tenha nos sido transmitido através da Lei, dos Profetas, Apóstolos e Evangelistas, recebemos, sabemos e estimamos com reverência e acima disto não buscamos nada além... Que estejamos completamente satisfeitos com isto, e repousemos nisto, não removendo os marcos antigos (Prov. 22: 28), nem violando a divina Tradição”. Assim, irmãos, vamos nos plantar sobre a rocha da fé e da Tradição da Igreja, não removendo os marcos postos por nossos Santos Padres, não dando espaço àqueles que estão ansiosos em introduzir novidades e subestimar a estrutura da Igreja de Deus, santa, católica e apostólica. Pois que se cada um permitir usar com sua liberdade, pouco a pouco todo o Corpo da Igreja será destruído”.

A santa Tradição é totalmente do Deus-Homem, totalmente dos Santos Apóstolos, totalmente dos Santos Padres, totalmente da Igreja, na Igreja e pela Igreja. Os Santos Padres não passam de “guardiões da tradição apostólica”. Todos eles, tal como os próprios santos Apóstolos, são “testemunhas” de uma única Verdade: a Verdade transcendente de Cristo, o Deus-Homem. Eles a pregam e confessam sem tréguas, eles, “a boca de ouro do Verbo”. O Deus-Homem, Senhor Jesus Cristo é um, único e indivisível. Assim também é a Igreja, única e indivisível, pois que ela é a encarnação de Cristo Teantropos (Amigo dos homens), continuando através das eras e através de toda eternidade. Assim, por natureza e em sua história terrestre, a Igreja não pode ser dividida. Só é possível sair dela. Esta unidade e unicidade da Igreja é teantrópica desde o início e através de todos os tempos e toda eternidade.

Sucessão apostólica, a herança apostólica é teantrópica desde sempre. O que é isto que os Apóstolos estão transmitindo aos seus sucessores como herança? O próprio Senhor Jesus Cristo, o Deus-Homem, com todas as riquezas imperecíveis de Sua maravilhosa Personalidade teantrópica, Cristo – a Cabeça da Igreja, sua única Cabeça. Se ela não transmitir isto, esta sucessão deixa de ser apostólica e a Tradição apostólica se perde, pois que assim não existe mais uma hierarquia apostólica e uma Igreja apostólica.

A santa Tradição é o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, e o próprio Senhor Jesus Cristo, Que o Espírito Santo insufla em cada alma vivente, em toda igreja. Tudo que é de Cristo, pelo poder do Espírito Santo, torna-se nosso , humano; mas somente no interior do Corpo da Igreja. O Espírito Santo – o espírito da Igreja, incorpora cada fiel, tal como um pequenina célula no corpo de Igreja e o faz “co-herdeiro” do Deus-Homem (cf. Ef. 3: 6). Na realidade, o Espírito Santo faz cada de cada fiel um Deus-homem por graça. Por que o que é então a vida em Igreja? Nada além da transfiguração de cada fiel em Deus-homem por graça através de suas virtudes pessoais e evangélicas; em seu crescimento em Cristo, no revestir-se de Cristo, por crescer em Igreja e ser um membro da Igreja. Uma vida cristã é incessantemente uma teofania centrada em Cristo: o Espírito Santo, através dos Santos Mistérios e as santas virtudes, transmite Cristo Salvador a cada fiel, tornando-o tradição viva, uma vida viva: “Cristo que é a nossa vida” (Col. 3: 4). Tudo que é de Cristo, então, torna-se nosso, nosso para eternidade: Sua Verdade, Sua justiça, Seu amor, Sua vida, e sua Hypostasis toda divina.

Santa Tradição? É o Senhor Jesus Cristo, o próprio Deus-Homem, com todas as riquezas de Sua divina Hypostasis e através d´Ele e por Ele, aquelas da Trindade Santa. Isto é concebido e articulado mais plenamente na Santa Eucaristia, onde, por nós e para nossa salvação, toda economia teantrópica do Salvador é realizada e repetida. Inteiramente reside o Deus-Homem com todos os Seus dons maravilhosos e miraculosos; Ele está lá, e na vida de oração e Liturgia da Igreja . Através de tudo isto, a proclamação filantrópica do Salvador ressoa incessantemente: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt. 28: 20): Ele está com os Apóstolos e através dos Apóstolos, com todos os fiéis, mundo sem fim. Isto é o todo da Santa Tradição da Igreja Ortodoxa dos Apóstolos: vida em Cristo = vida na Trindade Santa; crescimento em Cristo = crescimento na Trindade (cf. Mt. 28: 19-20).

De uma extrema importância é o que se segue: na Igreja Ortodoxa de Cristo, a Santa Tradição, sempre viva e doadora de vida, compreende: a Sagrada Liturgia, todos os Serviços Divinos, todos os Santos Mistérios, todas as santas virtudes, a totalidade da verdade eterna e a justiça eterna, todo amor, toda vida eterna, a plenitude do Deus-Homem, Cristo Senhor, toda Trindade Santa, e toda a vida teantrópica da Igreja em sua plenitude teantrópica, com a Toda-Santa Deípara (Mãe de Deus) e todos os Santos.

A personalidade do Senhor Jesus Cristo, Deus-Homem, transfigurado na Igreja, imersa no mar orante, litúrgico e de imensa graça, plenamente contido na Eucaristia, e plena na Igreja – isto é a Santa Tradição. Esta autêntica Boa-Nova é confessada pelos Santos Padres e os Santos Concílios Ecumênicos. Por oração e piedade a Santa Tradição é preservada de todo humanismo diabólico, e isto preservou o Senhor Jesus Cristo, Ele Que é a eterna Tradição da Igreja. “Grande é o mistério da piedade: Deus foi manifestado na carne” (I Tm. 3: 16): Ele foi manifestado como um homem, como um Deus-Homem, como a Igreja, e pelos Seus atos filantrópicos de salvação e deificação da humanidade, Ele magnificou e exaltou o homem acima de todo querubim e do mais santo serafim.

5. A Santidade da Igreja
Por sua natureza teantrópica, a Igreja é, sem sombra de dúvidas, a única organização no mundo. Toda sua santidade reside em sua natureza. Atualmente, é o ateliê teantrópico de santificação humana e, através deste, de santificação do resto de toda a criação. Ela é santa tal como o Corpo teantrópico de Cristo, cuja eterna cabeça é o Próprio Senhor Cristo; e Cuja alma imortal é o Espírito Santo. Portanto, tudo nela é santo: seu ensinamento, sua graça, seus mistérios, suas virtudes, todo seu poder, e todos os seus instrumentos foram depositados nela para a santificação dos homens e de todas as coisas criadas. Tendo Se tornado Igreja por Sua Encarnação por um amor incomparável pelo homem, nosso Deus e Senhor Jesus Cristo santificou a Igreja pelos Seus sofrimentos, Ressurreição, Ascensão, ensinamento, obras miraculosas, oração, jejum, mistérios, e virtudes; resumindo, por toda Sua vida teantrópica. Portanto, o pronunciamento divinamente inspirado foi proferido: “… Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por Ela, para A santificar, purificando-A com a lavagem da água, pela palavra, para A apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef. 5: 25-27).

O dealbar da história confirma a realidade do Evangelho: a Igreja está repleta de numerosos pecadores. Sua presença na Igreja reduz, viola e destrói sua santidade. De modo algum! Pois Sua Cabeça – nosso Senhor Jesus Cristo - Sua Alma, o Espírito Santo, e seus ensinamentos divinos e virtudes são indissolúveis e imutavelmente sagrados. A Igreja tolera os pecadores, os protege e os instrui, para que sejam despertados e despertados para o arrependimento, a recuperação e a transfiguração espirituais; mas eles não impedem a Igreja de ser santa. Somente pecadores impenitentes, persistentes na maldade e na malícia sem Deus, são afastados da Igreja pela ação visível da autoridade teantrópica da Igreja ou pela ação invisível do julgamento divino, de modo que também a santidade da Igreja seja preservada. “Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo” (I Cor. 5:13).

Nos escritos e nos Concílios, os Santos Padres confessaram a santidade da Igreja como Sua qualidade essencial e imutável. Os Padres do II Concílio Ecumênico o definiram dogmaticamente nono artigo do Símbolo da Fé. Os Concílios Ecumênicos subsequentes confirmaram-no pelo seol de seus consentimento.


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