Ortodoxia diante dos tempos modernos
VASILEVITCH Bispo Maksim
tradução de monja Rebeca (Pereira)
Com o intuito de desenvolver o futuro da
Ortodoxia no início do terceiro milênio depois de Cristo, precisamos examinar o
pluralismo pós-moderno, levando em conta este é o quadro no qual a Ortodoxia é
chamada a atuar e ao qual deve se adaptar, embora, de maneira importante, não
se igualando. Alguns conceitos-chaves na Tradição teológica Ortodoxa – dentre
eles Cristologia, Patrística, Neo-Patrística, e cultura – podem servir de ponte ao golfo entre Ortodoxia e Pós-modernismo
ocidental. Apesar de todas as respostas, soluções, e proposições que emergiram
a partir da inculturação do Evangelho em várias condições históricas, mais
notavelmente a era dos Padres do quarto século, a tarefa permanece difícil,
todavia, não sem precedentes. As soluções do passado, no entanto, não podem ser
automaticamente transferidas para o presente, e portanto, critérios teológicos
são primeira e principalmente necessários, bem como firmeza diante de qualquer
grande esforço espiritual (podvig).
Contudo, cada época viveu e experimentou (teve a experiência de) Cristo duma
forma tanto única como aquelas pessoas que O encontraram, e embora cada época
tenha articulado esta experiência através de seus próprios meios (teoricamente,
intelectualmente, politicamente e assim por diante), sempre foram confrontados
a desenvolver a expressão cultural desta experiência. A relação entre Cristo e
qualquer cultura é sempre tanto dialética como crítica (“Agora é o juízo [κρίσις] deste mundo”, João 12:31).
Poderíamos ir ainda mais longe e reivinidicar que toda época tem a legítima
necessidade – até mesmo o direito – de receber (da mesma maneira com a qual o
Apóstolo Paulo usa o vocábulo) Cristo – Que é o mesmo sempre – da sua própria
maneira. No entanto, temos que proceder cuidadosamente, por que ai se escodem
as tentações da secularização, do utopianismo, romancismo, sentimentalismo e
estetismo. Uma vez estabelecido os critérios, podemos discernir estes elementos
recebidos pela Igreja de entre as realizações culturais, recuperando aqueles
elementos Cristológicos que nos ajudam a distinguir o ontológico do
epistemológico.
ótimo texto!
ResponderExcluir