A marca da sinceridade espiritual é o amor
São PAÍSIOS o Athonita
tradução de monja
Rebeca (Pereira)
Nos
dias de hoje, o mundo está mergulhado num estado de tristeza pelo fato de
muitas pessoas estarem a dizer ‘verdades’, que não correspondem com a
realidade. Doces palavras e muitas verdades têm valor quando vem de bocas
verdadeiras, produzindo resultados naqueles que são bem-intencionados e têm uma
mente pura.
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Ancião, existe uma sinceridade mundana e uma sinceridade espiritual?
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Sim, é claro. Sinceridade mundana contem indiscrição.
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Isso quer dizer que alguém fala em temporada, fora de temporada?
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Não somente isto; verdade é verdade; mas se em algum caso você fale a verdade
sem discernimento, isto não é a verdade. Por exemplo, é verdade que tais
pessoas são perturbadas mentalmente. Mas se você for contar esta verdade, não
vai beneficiar ninguém. Ou ainda, outra pessoa diz, “Com a finalidade de ser
sincero vou pecar em praça pública”. Isto não é sinceridade. Todo aquele que
tem elevado nível de discernimento tem também amor nobre, sacrifício e
humildade, chegando até a falar as mais amargas verdades com uma grande
simplicidade, doçura e gentileza. Os benefícios colhidos são maiores do que
doces palavras, e tal como amargos remédios, fazem mais bem do que doces
xaropes.
A
Verdade, quando usada sem discernimento pode ser criminosa. Algumas pessoas
agem em nome da verdade e cometem crimes. Quando alguém tem sinceridade sem
discernimento ele pode causar um dano duplo, primeiramente para ele e em
seguida para os outros, porque sua sinceridade é sem compaixão. Todo aquele que
deseja ser verdadeiramente sincero deve começar a ser sincero consigo próprio,
pois que é ai que começa a sinceridade espiritual. Quando alguém não é sincero
com si próprio, ele está enganado e errando para consigo próprio. Mas quando se
comporta sem sinceridade para com os outros, ele peca mortalmente porque engana
os outros.
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Ancião, é possível para alguém agir desta forma fora de simplicidade?
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Que simplicidade? Onde já encontrou simplicidade em tal pessoa? Se ele é uma
criança, ele terá simplicidade. Se ele for um Santo, terá simplicidade. Se for
um adulto e não for mentalmente retardado mas se comportar de tal maneira, ele
deve ser então um demônio.
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E como ele se sente?
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Ele se sente como o próprio inferno. Uma tentação após a outra, tentações sem
fim.
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Ancião, logo, não há ninguém que se comporte de maneira franca?
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A franqueza que muitos entendem e usam é um espírito legalista. “Sou franco”,
dizem eles, “Proclamo nos telhados” e procedem ridicularizando outras pessoas.
Na verdade, acabam por ridicularizarem a si mesmo.
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