Condições gerais da Comunhão Eucarística
KOVALEVSKY Bispo Jean
tradução de monja
Rebeca (Pereira)
As
condições que os Padres definiram para o acesso à Santa Eucaristia não definem
um “direito”, pois que os Santos Cânones não procedem do mundo jurídico, antes
do mundo da Igreja – mundo ascético, sacramental e espiritual. Tais condições
definem a possibilidade para o ser humano de receber a graça do Espírito Santo
e ser admitido no Reino. Eis o espírito dos santos cânones.
1. Condição dogmática eclesial
Definição:
É necessário ser membro da Igreja Ortodoxa para poder comungar.
Comentário:
Não podemos separa a Cabeça do Corpo, Cristo de Sua Igreja. Aquele que comunga
ao Cristo comunga à Igreja, quer dizer que ele entra em união com ela, com seu
dogma, sua espiritualidade, sua vida. É evidente que aquele que confessa a
heresia ou que se opõe ao ensinamento ortodoxo não pode comungar à Igreja.
Aquele que a reconhece como a verdadeira Igreja de Cristo e que se torna membro
de sua assembleia pode comungar à sua mesa mística.
2. Condições Canônicas
Definição:
Não é suficiente somente estar unido em espírito e em verdade à Igreja, antes
indispensável ser admitido à comunhão, pela hierarquia, sendo o sacerdote seu
representante.
Comentário:
Cristo deu aos Seus santos Apóstolos e seus sucessores o poder de desligar e
ligar, discernindo se aquele que crê pode comungar. É o sacerdote que recebe o
crente na Ortodoxia, que recebe a confissão de seus pecados, que lhe confere a
absolvição, permitindo-lhe comungar. Ele liga ou desliga.
3. Condição Espiritual
Definição:
O fiel que se aproxima da Santa Mesa deve estar penetrado de sua própria
indignidade e, ao mesmo tempo, de uma confiança total na misericórdia divina.
Comentário:
Aquele que se imagina ser digno de se aproximar dos redutíveis mistérios,
comunga “para sua condenação”. O mesmo serve para aquele que duvida da bondade
de Deus. Deus resiste aos orgulhosos.
(O
mistério pastoral tem por papel o de conduzir o ser humano à disposições
espirituais que lhe permitem não comungar para sua condenação, mas para a “vida
eterna”).
4. Condição moral
Definição:
Existem pecados que fecham ao ser humano a porta do Reino (I Cor. 6, 9-10).
Estas faltas requerem uma penitência preliminar fixada pelo sacerdote ou o Pai
Espiritual: trata-se principalmente da morte, do adultério e da apostasia.
Comentário:
O pecador, depois da confissão, recebe do confessor uma “penitência” (epitimia)
que representa um remédio para a doença espiritual que é o pecado, e não uma
punição de caráter jurídico. Esta “penitência”, seguindo a importância do pecado,
o estado espiritual do penitente e o discernimento do Pai Espiritual, será
breve ou longa (alguns meses, um ano, muitos anos...). Durante os períodos de
penitência, o penitente não é admitido à Santa Comunhão. Mas, não é
“excomungado” no próprio sentido.
Permanece
membro da Igreja que continua a orar por ele como ora pelos catecúmenos e pelos
doentes. A Igreja tem esta prática, pois sabe que é necessário seguir os
mandamentos de Cristo para ser admitido no Reino. É então pelo cuidado da
salvação do penitente que ela faz isto, para sublinhar a santidade e a pureza
do Corpo de Cristo, que é o Sacramento da Eucaristia e o Sacramento da Igreja.
5. Condição Evangélica
Definição:
Somente, aquele que se reconciliou com seu irmão, pelo menos em seu coração,
pode comungar.
Comentário:
É o próprio Cristo que demanda a reconciliação fraterna antes da oferenda (Mt.
5, 23-24). A Eucaristia é o sacramento da união, de amor e de reconciliação.
Aquele que diz que ama a Deus e não ama seu irmão, mente, escreve São João em
sua epístola (I Jo. 4, 20).
6. Condição ascética
Definição:
O jejum eucarístico é pedido pela Igreja antes da Comunhão.
Comentário:
Nem Cristo (depois de cear, toma o Cálice), nem a Igreja dos primeiros séculos
(os ágapes precediam a Eucaristia) não reclamam o jejum eucarístico. Todavia,
desde o IV século, os Padres começaram a demanda-lo, o que é ainda prática na
Igreja. Sabemos que o próprio Cristo jejuou durante 40 dias antes de começar a
Se dar em alimento pelo Seu ensinamento, Seu exemplo e finalmente Sua Páscoa. O
jejum constitui uma boa preparação espiritual à Eucaristia, conduzindo o fiel a
se purificar de suas faltas e adquirir por vezes o sentido de sua indignidade e
aquele da misericórdia de Deus. Ele aprofunda a fome e a sede espirituais que o
próprio Cristo vem satisfazer. A prática atual da Igreja prevê um jejum desde a
meia-noite para a comunhão matinal.
7. Condição de piedade
Definição:
A Igreja propõe a preparação à Santa Comunhão pelas orações, pela confissão dos
pecados e diferentes formas de abstinência regradas pelo Pai Espiritual,
levando em conta as disposições e forças de cada um.
Comentário:
A Igreja coloca a necessidade de se purificar para Deus e de romper com tudo
que cria obstáculo ao homem interior e o impede de receber o Espírito Santo.
Tais são as sete
principais condições que permitem o acesso à Santa Mesa na Igreja Ortodoxa.
Elas conduzem a três: ser membro do laos da Igreja pela Fé; estar reconciliado
com todos; estar preparado interiormente pela metanóia pessoal. Estas condições
permitem uma vida sacramental fecunda e, em particular, a comunhão frequente
sem banalização. Eis o desejaram alguns Padres ortodoxos tais como São
Cipriano, São Basílio, São João Crisóstomo e mais próximo à nossa época, São
Nicodemos o Hagiorita, São João de Kronstadt o Taumaturgo e muitos outros
prelados atuais.
Encarnaçao é uma crença puramente Neo-testamentaria, visto que a referencia que se faz do profeta Isaías 7:14 é errada, é forçar profecía, o que os cristaos fazem até hoje, visto que o profeta diz: e a joven conceberá e não a virgen conceberá. Virgen é traducao da septuaginta grega, traduçao falsa, errada. A religiao foi fundada sobre un erro e não atrás nunca. Nem pode, não é mesmo?
ResponderExcluirNão Volta
ResponderExcluirA paz de Cristo, Joel Maia!
ExcluirSomente hoje vimos seu comentario, nada por acaso, posto no dia de hoje a Santa Igreja Ortodoxa comemora a Festa do Santo Encontro, dia em que o Anciao Simeao segura em seus bracos o Menino-Deus que vem cumprir a Lei judaica, sendo entregue ao Templo por Sua Mae Toda-Pura e VIRGEM.
Esta eh a fe crista da Igreja Unica. Sem manchas nem distocoes.
Esta mesma Igreja utiliza como texto biblico padrao a traducao grega da Septuaginta. Sao Simeao justamente foi um dos 70 tradutores do texto masoretico para o grego. Ele teme diante das palavras que se mostravam totalmente distorcidas, falsas e erradas, porque fundadas na razao humana - a virgem concebera... ele mesmo traduz para jovem\donzela (algo semelhante), ate receber uma revelacao de Deus de que nao deverias morrer enquanto nao fosse ele-proprio testemunha viva da virgindade da unica mae dentre o genero humano.
Penso que nao devemos tb confundir religiao com fe... a primeira eh algo de totalmente restrito a ordens, costumes, culturas enfim, enquanto fe eh vida... e ela so pode ser transmitida e vivenciada... eis o nosso recorrer as fontes biblicas.
Grato por sua contribuicao. A.O